Torceu, bateu, machucou? Tratamento à base de plasma rico em plaquetas pode acelerar sua recuperação e até evitar uma cirurgia
Qualquer lesão mais séria é um balde de água fria na rotina de um corredor. Depois de ficar de molho durante o tratamento, o retorno é uma nova batalha. Mas um método pouco invasivo promete recuperações mais simples e rápidas. É o PRP — plasma rico em plaquetas.
O que é
É uma técnica que usa células do sangue do próprio paciente para acelerar a regeneração de uma área lesionada — pode ser um tecido muscular rompido, tendões inflamados e até mesmo ossos fraturados. O método começou a ser usado há cerca de 20 anos em áreas como a odontologia e recentemente passou a ser aplicado na ortopedia esportiva.
O procedimento pode ser realizado em consultório, com anestesia local, e leva cerca de uma hora. Nele, o sangue do paciente é retirado e centrifugado, e as plaquetas são isoladas e injetadas no local da lesão. "As plaquetas são células do sangue que estimulam o crescimento de tecidos, a divisão de células e a proliferação de vasos, fenômenos que acontecem a todo momento no organismo", explica o ortopedista Cristiano de Souza Laurino, diretor-médico da Confederação Brasileira de Atletismo. "O que o PRP faz é ampliar essa ação em uma determinada região." Ou seja, ajuda o corpo a acelerar o processo natural de reparação biológica.
"Uma das vantagens do procedimento está no tempo de recuperação, que tem se mostrado mais curto", afirma o ortopedista José Luiz Runco, membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia e médico da seleção brasileira de futebol. Em alguns casos, esse tempo chega a ser mais de 50% menor em relação a tratamentos convencionais.
Com o PRP, a cura completa leva em média de um mês e meio a três meses, dependendo do tipo de lesão, mas a melhora da dor vem bem antes: de uma a quatro semanas, conforme o caso. Mas atenção: é normal que nos primeiros dias após a aplicação a dor até piore um pouco (em uma reação inflamatória para curar o tecido). Essa dor melhora com o uso de analgésicos receitados pelo médico. Depois disso, parte-se para fisioterapia e outras técnicas complementares, de acordo com o caso do paciente.
No ano passado, a psicóloga Maria Luongo, 48 anos, de Brasília, recebeu o diagnóstico de tendinite no quadril. Teve de reduzir drasticamente o volume de treino e, na tentativa de aliviar a dor, recorreu a sessões de fisioterapia e medicações, incluindo três infiltrações de corticoide. Após um ano de tratamento, não obteve melhora. Em agosto de 2010, seu ortopedista indicou o PRP. "O tendão tem poucos vasos sanguíneos, o que dificulta a cicatrização. O PRP foi indicado para melhorar o aporte vascular na região e propiciar a chegada de células novas", explica o ortopedista Rogerio Teixeira da Silva, presidente do Comitê de Traumatologia Desportiva da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia. Vinte dias depois do procedimento, Maria já tinha participado de uma prova de 10 km. Dois meses depois, retomou os preparativos para a Maratona de Amsterdã, no dia 17 de outubro.
"Outro ponto positivo do PRP é que, em alguns casos, ele torna desnecessária a cirurgia", afirma o ortopedista Carlos Henrique Bittencourt, professor adjunto de traumato-ortopedia da Universidade Federal Fluminese. Foi o que aconteceu com o fisioterapeuta paulistano Alexandre de Paula Busquim, 32 anos, que jogava futebol e corria para ajudar no condicionamento. Há dois anos, durante uma partida, ele torceu o joelho e recebeu a temida indicação: cirurgia. Alexandre fez as infiltrações de plasma (PRP) no ligamento cruzado anterior e no menisco. "Eu pensei que, quanto menos invasivo fosse o processo, melhor. E deu certo", diz ele. Durante a recuperação, fez fisioterapia. Hoje, Alexandre trocou o futebol pelo tênis, mas continua correndo três vezes por semana por cerca de 45 minutos, principalmente na esteira. "Não senti mais dor e pratico esportes numa boa."
Milagre a vista
Já existem estudos científicos comprovando a eficácia do PRP e a melhora dos sintomas em diversos tipos de lesão. "A literatura sobre o tema adquiriu cada vez mais qualidade nos últimos dois anos, mas ela ainda é muito recente", afirma Laurino.
Mas nem todos os problemas encontram solução no PRP. "A técnica é indicada para acelerar processos de cicatrização de rupturas musculares, rupturas parciais de tendões, tendinites crônicas de joelho, tendão de Aquiles, quadril, cotovelo e ombro e também para acelerar processos de cicatrização óssea em alguns tipos de fraturas que não se consolidam. Mas não é indicado para ruptura total do ombro e artroses e lesões de cartilagem mais graves", explica Rogerio. "As pessoas hoje acham que o método pode resolver qualquer coisa, e isso não é verdade."
Outro ponto importante é que, em lesões menores, seria um erro partir logo para o PRP sem ter passado antes por outros tratamentos mais simples e com eficácia comprovada. “Por exemplo, para uma microrruptura com processo inflamatório, muitas vezes, o uso do anti-inflamatório e a fisioterapia já seriam eficazes”, diz Laurino. Se optar pela técnica de PRP, procure um profissional experiente e que use apenas os kits liberados pela Anvisa. O tratamento custa cerca de 3500 reais e ainda não é coberto pelos convênios
O treinamento funcional é composto de exercícios que treinam movimentos da vida cotidiana ou modalidade esportiva específica, condiciona de forma plena todas as capacidades físicas do indivíduo como força, equilíbrio, coordenação motora, agilidade, destreza de movimentos melhorando a força e a técnica de execução, possibilitando ao indivíduo produzir movimentos mais eficientes, resgatando assim a capacidade funcional do homem moderno.
ENVIE SUAS SUGESTÕES E COMENTÁRIOS PARA O NOSSO E-MAIL iron-health@hotmail.com
AGORA TAMBÉM NO TWITTER @IRONHEALTHTF
AGORA TAMBÉM NO TWITTER @IRONHEALTHTF
Nenhum comentário:
Postar um comentário